domingo, 26 de outubro de 2014

A nossa Língua está viva



Geralmente as Academias de Letras são "museus" onde se guarda uma literatura qualificada, mas em grande parte obsoleta e com aparência mais de "morta" que de viva, apesar de seus imortais. Digo isso porque a Língua é e deve ser a prática dos falantes nos seus mais variados modos, sejam eles histórico, socioeconômico ou geográfico. E muitas vezes essa função da Língua é minimizada por boa parte dos eternos acadêmicos, sobretudo aqueles que norteiam a escrita por uma concepção "Parnasiana" da comunicação em detrimento de uma praticidade linguística do Modernismo de Oswald de Andrade, por exemplo.
Felizmente não foi isso que tive a oportunidade de ver ontem, nas dependências da Sociedade Semear, em Aracaju, por ocasião do 3º Encontro Sergipano de Escritores. Com participação das várias Academias de Letras existentes hoje, em Sergipe, o evento contou com muitos escritores de diversas correntes linguisticas e gêneros textuais, demonstrando que a Literatura popular é forte e que as Academias podem e devem ser vivas, de forma a cumprir um papel socioeducativo na construção da prática leitora, e não apenas formal.
A Literatura que vi no dia de ontem foi algo oriundo das raízes populares. Foi um encontro frutífero que já chegou às escolas através do membro da Academia Sergipana de Letras Domingos Pascoal, em suas inúmeras visitas por todo o interior do estado. Foi uma produção viva, capaz de captar hábitos, costumes, histórias e estórias de um povo no seu prático e sofrido/alegre cotidiano. Uma Literatura simples e pragmática.
Parabéns a todos que de uma forma ou de outra idealizaram e colocaram em prática a produção literária que se vê hoje no estado. Se no final do século XX tivemos o Milagre Econômico, hoje temos o "milagre literário" em Sergipe, principalmente em Itabaiana, com o advento da Bienal.

Prof. João Mendonça



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