quarta-feira, 6 de março de 2013

Bla Bla Bla Bla Bla


De forma tranquila, mas curiosa, venho observando vários discursos ao longo dos últimos meses, sobretudo acerca da "política" de Itabaiana "Grande", tanto aqui nas redes sociais quanto no rádio. Como linguagem e ideia caminham juntas, pode-se afirmar que o discurso é um dos aspectos materiais da ideologia, constituindo, assim, uma espécie pertencente ao gênero ideológico. E todos os discursos, sejam proferidos por qual instituição ou indivíduo for, são constituídos de ideias intencionalmente designadas para o convencimento dos ouvintes ou leitores.
O discurso pode ser analisado de duas formas ou linhas de extensão, quais sejam a linhagem sintática e a semântica. São justamente os discursos fontes de pesquisas para historiadores, já que esses discursos constituem pedaços históricos da humanidade e refletem o comportamento e atitudes do ser humano na convivência em sociedade em determinada época.
Pois bem! Voltando ao início dessas considerações - de forma a fazer uma análise semântica dos discursos que podemos ler ou ouvir - pode-se perceber que a "ideologia" neles subjacente é algo interessantíssimo para um bom estudo sobre a retórica de seus escritores ou falantes. 
Ao comparar discursos de antes das eleições municipais (2012), por exemplo, com discursos dos primeiros meses de 2013, é possível notar diferenças de posicionamento e "ideologia" acerca dos mesmos assuntos outrora discutidos e comentados, possivelmente por ter mudado o ângulo de visão desses assuntos. 
Por exemplo, O 2 que antes era 5, agora passa a ser 2 mesmo; já o 2 que era 2 mesmo, agora passa a ser 5. E olhe que nem um nem outro falante/escritor estava ou está errado, todos estavam e estão certos, ou seja, o discurso de todos é fundamentado. E é justamente aqui que entra o fator intencionalidade do enunciador, quais sejam os objetivos e o público-alvo a serem atingidos. Aqui a "ideologia" é o carro-chefe desses discursos; e todos nós sabemos que ideologia no Brasil é algo a ser praticado de forma conveniente: é a ideologia de conveniência. Por isso tanta mudança de "ideologia" nos discursos.
Numa conjuntura mais profunda, o discurso reflete seu falante, resaltando suas origens, seus valores morais e sociais e, até mesmo, seu grau de instrução, ou seja, o discurso é o espaço da materialização das formações ideológicas dos falantes. A idologia é um sistema de ideias interdependentes, sustentadas por um grupo social de qualquer natureza, as quais refletem e defendem os próprios interesses e compromissos (morais, POLÍTICOS, religiosos ou econômicos). E nada mais natural que, como seres humanos, recorramos à linguagem (discurso) para expressar nossos sentimentos, opiniões e "ideologias".
Dessa forma, posso relembrar um diálogo entre dois figurões da política brasileira (que sinceramente não lembro mais os nomes) quando na ocasião de um debate, não conseguindo chegar a um consenso, um deles falou para o outro: "fica então claro que eu estou certo e você não está errado".

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